terça-feira, 17 de julho de 2012

O Cara da Poesia - Livre

Reconheci o cara da poesia
etéreo
tímido
taciturno
sob o entontecido de vaidade
Permanecido escondido sob os ombros do outro eu
entorpecido de vontade


Que romântico meu pranto
meu canto tolo
já questionado
pelo doido pra ser louco
irreal
imaturo
passional
passivo do medo
do julgamento
do tormento


Invisível!


E quão difícil é descobrir-me
se é fácil, minto
é só agir?
Desnudar-se?
Livrar-se?
Contestar-se?
Desmascarar-se?
Sou muito menos eu
e muito mais letras
que retórica
Eu sou!

Eu sou?


Quem eu sou?


O cara da poesia está dentro
de uma sala
de um quadrado a girar
museu de recordar
da infância e das certezas
antigas
ruínas
fantasmas


Para
Observa
Tantas portas abertas
outras tendo que fechar
e o ato de criar?
Fica em meio
ou receio?


E sou eu essas portas
de lógica e imagética
sensação
E não agir é estar em um
aquário
Eu estou dentro de um armário
e nele fecho-me
acuado
libertário
otário
eu
Vaidoso repouso
Acordarei superior.
Acordarei superior?


Superioridade
Maturidade
Ciclicidade
O aquário deságua
O armário se abre
Pois ainda sou escravo das palavras
E qual a lógica de vivenciar?


O segredo,
diz o cara dia poesia
na frente do espelho,
é acreditar!

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