quarta-feira, 30 de abril de 2014

Miscelânea

Uma boa dose daquilo que eu não sei muito bem o nome
saio tomando
tudo
entro pra fora e vomito pra dentro
tudo
neutralizando
Goles de céu estrelado
tragos de plantas noturnas
e cheiro de pó de erva
de árvore
Sino
atino o pensamento
compartilho intentos
e balanço na balança do afeto
consumindo-me-consumo-se
como a ninguém
fantasiando protótipos
e bancando utopias
ser ou não ser
eis o chavão
que tranca-rua
e à meia noite abre a porta
para que veludos se desenrolem
nas sete encruzilhadas
e Ganesha, finalmente, abra os caminhos
para que o ninho seja limpo
e se desfaça em poeira cósmica
sobrando

Um: a essência
a quintessência que saiu do quarto e transcendeu a terceira
fazendo de nós dois, o único
o Eu
Aqui eu sou
e não sou
o que sobrou
é resto
e o que é resto não tem futuro
Solfejo minhas notas
e me canto como a ninguém
esperando ser ouvido
quem sabe por quem...
Incompleto me guardo
e me lanço
cidade adentro
mata afora
desafogado de quem eu era
buscando ser o que sou
de acordo com os acordos que assinei
Bato tudo na coqueteleira do diabo
e me enveneno de golpes baixos
até viver
até me embebedar disso aqui onde encarnei
e poder cantar por aí
a canção do homem
vivo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário